Hélder Rodrigues regressou aos triunfos em etapas no Dakar. Vitorioso em Iquique, antes do dia de descanso, ascendeu ao 6.º lugar da tabela classificativa, na qual Paulo Gonçalves permanece em 3.º, mas hoje também ganhou tempo aos dois primeiros.
No caso das motos, a etapa entre Antofagasta e Iquique incluiu um sector selectivo de 318 Km, assim divididos: primeiro 69 Km, depois uma neutralização em asfalto com 26 Km, seguindo-se os restantes 223. O piso era maioritariamente pedregoso, com uns 40 Km em areia já perto do final.
Hélder Rodrigues assumiu o comando ainda na primeira metade do troço cronometrado, e depois permaneceu firme para conquistar a sua sexta vitória em etapas no Dakar, resistindo à pressão exercida pelo australiano Toby Price, que ficou a 1.10 mas chegou a estar praticamente empatado com Rodrigues. Graças a este brilhante desempenho o português subiu quatro posições na “geral”, para o 6.º posto, com boas hipóteses de prosseguir a ascensão, pois está agora a pouco mais de seis minutos do quarto classificado.
“Foi uma boa jornada. Parti bem, tentei atacar no início” considerou Hélder. “Vencer a especial era bom para mim, mas mais importante é subir na classificação geral.” Mais ainda: “Fui muito rápido, estou contente e ainda tenho uma semana para atacar.”
Em grande ritmo andou também Paulo Gonçalves, 3.º colocado a 1.42 do compatriota. Além disso, recuperou quase meia dúzia de minutos do atraso para Barreda, e quase oito relativamente a Coma. O piloto de Esposende ficou mais sólido no 3.º posto da “geral”, relançando as aspirações a um melhor resultado final quando ainda falta percorrer mais de metade da quilometragem prevista em sectores selectivos.
“Foi uma etapa muito montanhosa. A pista de acesso à montanha era difícil, com muito pó e estragada”, explicou Gonçalves. “Mantenho o 3.º lugar na “geral” e agora temos mais uma semana pela frente, mas o Dakar só termina no último metro do último dia. O objectivo é pelo menos chegar com o posicionamento que temos.”
Ruben Faria perdeu algum tempo para os mais rápidos, mas ainda assim teve rendimento positivo – foi 9.º classificado, a 9.34 de Rodrigues, sendo apenas ultrapassado por este no acumulado do Rali, e como tal baixou para o 7.º posto. “Estamos em Iquique… primeira metade da prova cumprida e satisfeito com o resultado até ao momento. A segunda semana será decisiva, mas agora vamos descansar,” declarou o algarvio.
Já Mário Patrão foi tocado pelo azar. O piloto de Seia estava a andar bem, a 75 Km do final era 25.º classificado, mas nessa fase final da etapa teve problemas e acabou com 2h37m de atraso para o vencedor. Em consequência desceu bastante na tabela, estando agora a quase cinco horas e meia do comandante.
No duelo pelo comando da prova, repetiu-se o tipo de situação observado nos últimos dias. Desta vez Coma arrancou na frente mas foi apanhado por Barreda, o qual segue firme na liderança da prova e recolocou a vantagem sobre o rival na casa dos doze minutos.
Amanhã é dia de descanso para os pilotos das motos e quad. Assim, regressam à acção no Domingo com a incursão à Bolívia, de Iquique até Uyuni, numa etapa com 717 Km.
Classificação geral: 1.º Joan Barreda (Honda) 21h38.35; 2.º Marc Coma (KTM) a 12.27; 3.º Paulo Gonçalves (Honda) a 17.12; 4.º Pablo Quintanilla (KTM) a 29.57; 5.º Toby Price (KTM) a 33.44; 6.º Hélder Rodrigues (Honda) a 36.04; 7.º Ruben Faria (KTM) a 40.27; 8.º Stefan Svitko (KTM) a 41.27; 9. Alain Duclos (Sherco) a 52.56; 10.º Jeremias Israel Esquerre (Honda) a 1h00.48; 11.º Jordi Viladoms (KTM) a 1h04.28; 12.º David Casteu (KTM) a 1h14.52; … 47.º Mário Patrão (Suzuki) a 5h27.39; etc.