Foi com a presença da Ministra do Ambiente e da Energia, Maria da Graça Carvalho, à chegada do Portugal de Lés-a-Lés Off-Road em Lagoa, que terminou a 10ª edição da grande aventura off-road da FMP.
Conhecedora do êxito da campanha de sensibilização Reflorestar Portugal de Lés-a-Lés, a ministra do Ambiente e da Energia marcou presença no final do 10º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, em Lagoa. Na chegada dos aventureiros que, ao longo de três dias ligaram Chaves à costa algarvia, Maria da Graça Carvalho elogiou “a iniciativa da Federação de Motociclismo de Portugal que vai muito além da compensação do CO2 emitidos por estes veículos, mostrando um amor pela natureza e um grande empenho em protegê-la. Sobretudo num ano tão difícil como este, em que muita da nossa floresta ardeu, tal como parte dos nossos parques e áreas protegidas, do mais bonito que temos na natureza em Portugal”.
Recebida pelo presidente da Direção da FMP, Armando Marques, e pelo responsável da Comissão de Mototurismo da FMP, António Manuel Francisco, Maria da Graça Carvalho sublinhou ainda “o importante papel dos motociclistas como veículo de comunicação com os jovens, sendo que a mensagem entra mais depressa do que a dos políticos”. Mostrando “muito gosto e satisfação ao ver que esta iniciativa vai parando nas escolas e junto de escuteiros”, a governante enalteceu o facto de os motociclistas estarem, desta forma, “a incutir já o amor pela natureza, pela paisagem e pela biodiversidade aos mais jovens, pelo que o Governo se associa, através do Fundo Ambiental, para ajudar a continuar a reflorestar Portugal, a amar a natureza e a passar a mensagem para os mais jovens”.
Uma presença que reforçou o entusiasmo dos participantes na defesa da floresta e que foi antecedida de uma ação de sensibilização junto dos Agrupamentos de Escuteiros do Parchal e Estombar que, além de uma palestra sobre as vantagens das árvores autóctones, contemplou a plantação de seis sobreiros.
Sorrisos genuínos foram a melhor paga para tamanha exigência
Destino turístico de excelência por força das mais de 30 praias, com tanto de sublime como de diversificado, Lagoa foi palco de eleição para a chegada do 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road depois de 984 quilómetros desde Chaves, com paragens em Penamacor e Reguengos de Monsaraz. Cenário perfeito para uma festa sublime, onde os rostos poeirentos não escondiam sorrisos genuínos e onde os abraços pela concretização da aventura e pela superação pessoal eram trocados de forma sentida. Afinal, a edição de 2025 da aventura mototurística organizada pela Federação de Motociclismo de Portugal teve tanto de beleza paisagística e de diversão, como de trilhos fisicamente exigentes, obrigando a gerir a energia para melhor desfrutar do passeio.
E se assim tinha sido nos dois primeiros dias, assim foi também na derradeira tirada, desde Reguengos de Monsaraz até ao Parque Municipal de Feiras e Exposições de Lagoa, o recinto bem conhecido por albergar desde 1980 a FATACIL, a maior feira de atividades económicas do Sul de Portugal. Um dia que começou com temperaturas amenas, bem mais baixas do que esperado, céu bastante encoberto e grande humidade, o que, não evitando algum pó nos rápidos estradões alentejanos, limitou a fadiga normalmente exponenciada pelo calor intenso.
Um percurso que permitiu olhar para as profundas mudanças da paisagem do Alentejo, atravessando o lago do Alqueva e comprovando a substituição gradual das tradicionais searas por culturas super intensivas, nomeadamente de olival. Tema de conversa no Oásis Honda, primeiro ponto do dia para ‘reabastecimento dos condutores’.
Junto ao campo de jogos José Agostinho de Matos e sem dispersar a atenção dos entusiasmados pais dos jovens jogadores do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda [Ferróbico], os aventureiros deliciaram-se com as já famosas Bolas de Berlim da Honda. Ou melhor, ícones da doçaria nacional que, não sendo fabricados pela marca japonesa, obrigaram a rigorosa ação logística para levantar os 350 bolos, acabadinhos de fazer na Fábrica de Bolos do Chile, às 5.30 h da madrugada, para os transportar ao longo de mais de 230 quilómetros desde a lisboeta Avenida Almirante Reis até ao Baixo Alentejo!
Moto híbrida de engenharia caseira
Mas, antes de provaram estas bombas calóricas – podiam sempre ficar-se por um banana e um café… – já os mototuristas tinham deixado para trás dezenas de quilómetros, maioritariamente em longas retas, por vezes com o piso bastante degradado, o que aumentou o cansaço dos participantes e criou alguns contratempos mecânicos. O que não foi o caso da mais bizarra máquina presente no 10.º Portugal de Lés-a-Lés Off-Road, uma irreconhecível Yamaha XT600, de 1999.
Uma moto híbrida “feita com peças que estavam para lá, na garagem, como um depósito e o banco de uma Suzuki RMX, o amortecedor traseiro Öhlins de uma Yamaha TTR 600, uma roda traseira de supermotard com um gigantesco pneu 140/80 e um escape intermédio de um Citröen AX GT”. Obra dos tempos livres de Ramiro Ramos que faz mecânica como hobby, “gostando imenso de inventar e criar coisas diferentes com aquilo que tenho em casa, que não vou deitando fora. E mesmo se nem sempre fica mais económico, a verdade é que a diversão é muitíssimo maior e a dimensão do desafio do Lés-a-Lés Off-Roa também fica bem maior”, contava o alentejano de Ourique, que até aproveitou a proximidade para dar um saltinho a casa.
Ao lado desta genial peça de ‘engenharia-faça-você-mesmo’ quase desaparecia o brilho das mais recentes Husqvarna 701 ou Norden 901, Yamaha 700 Ténéré, KTM Adventure 690, Kove 800X Rally, CFMOTO 800X, Honda CRF1100 Africa Twin ou BMW F900GS, no espetacular almoço em Entradas… mas com direito a menu completo.
Felicidade na cozinha e no pórtico de chegada
Bem no coração desta quase deserta freguesia alentejana do concelho de Castro Verde, em pleno centro geográfico do Baixo Alentejo, com menos de 500 habitantes e uma média etária elevada, a ementa contempla uma portentosa sopa de feijão além de saladas, carnes e muita fruta, responsabilidade da experiente e extremamente eficaz equipa gastronómica da FMP, do mestre António José ao ‘chef’ Nuno Ribeiro, passando pelo José Polidoro, Catarina Sabino, Jorge Gameiro, Tó-Zé Fortes e Henrique Teixeira.
De barriguinha composta, tempo para os últimos cento e poucos quilómetros com direito a um inesperado desvio de última hora, por força de um portão encerrado pelo proprietário de uma herdade, logo após Castro Verde, que obrigou a caravana a seguir durante uns quilómetros por asfalto, através da mítica N2, até Rosário onde voltaram a integrar o traçado original. Um problema recorrente que vai exponenciando a dificuldade na travessia da caravana pelo Alentejo e que, por vezes, resulta da necessidade de proteção dos agricultores contra os furtos das produções de azeitona, fruta e até de animais.
Desvio que, por outro lado, até deu para aliviar os braços, antes da sempre variada travessia da serra algarvia, intervalando troços mais técnicos com estradões rápidos, e na chegada a Lagoa. Onde todos ficaram ainda mais felizes ao ver os sorrisos das meninas que dão uma animação especial ao pórtico de chegada, Lynn de Sousa, Vera Carvalhais, Luísa Castro e Rute Galego, sinal de haver terminado mais um Portugal de Lés-a-Lés Off-Road.
O Gabinete de Imprensa Portugal de Lés-a-Lés