O passado sábado foi marcado pela chegada do outono, mas também pelo regresso do Campeonato Nacional de Velocidade ao traçado do Estoril. O primeiro dia de prova foi pautado pelas emoções fortes entre os principais interessados aos títulos nacionais nos vários pelotões que marcam o paddock. Com a realização dos treinos livres e cronometrados durante o final da manhã e início da tarde, este sábado prometia, em função dos tempos obtidos, lutas intensas.
TROFÉU TLC e TROFÉU NAKED BIKE
Duarte Amaral abre fim-de-semana a vencer.
Entre as TLC e NAKED, no que aos cronometrados diz respeito, o destaque foi para a BMW S1000R de Duarte Amaral (Classe TNB1), com a qual o piloto assinou a volta mais rápida. Amaral percorreu os 4,182 metros do traçado do Estoril nuns impressionantes 1:47.844s à 4ª volta. Este tempo permitiu ao homem da BMW agarrar a pole para a corrida da tarde. A seu lado na grelha, Frédèric Bottoglieri (Classe TNB2), a necessitar de mais 0.473s para colocar a sua Triumph ST765RS na 2ª posição. A fechar top 3, João Curva (classe TNB1), também em BMW S1000R a ficar a 0.678 de Amaral. Estava assim encontrada a primeira linha de grelha para a corrida da tarde.
Lançada a primeira corrida do fim-de-semana com Paulo Vicente a sair da 4ª posição da grelha e a surpreender momentaneamente os pilotos da primeira linha (Amaral, Bottoglieri e Curva), ao assumir a dianteira do pelotão. Seria sol de pouca dura, apesar do excelente dia que se fazia sentir no Estoril. Na entrada para a 2ª volta, Vicente descia a 3º e Amaral assumia as despesas da corrida e João Curva agarrava a 2ª posição. Por seu lado Bottoglieri não tinha ter a sorte do seu lado já que à 3º volta e após queda na curva 10 do Estoril, se viu afastado da contenda. O incidente daria lugar a bandeira vermelha, novo alinhamento de grelha e regresso às posições iniciais. Relançada a corrida com apenas 6 voltas para cumprir, e desta vez sem surpresas, foi Duarte Amaral a garantir a liderança com João Curva na sua roda. Com poucas voltas para cumprir e com diferenças sempre abaixo do “meio-segundo” entre Amaral e Curva, foi na frente da corrida que se manteve o interesse. Em paralelo a luta pelo mais baixo do pódio foi mantida entre Rodrigo Amaral (classe Open) e Luís Franco (classe TBN1) mas ambos a acumular segundos de atraso face ao duo da dianteira.
Com algumas trocas de posição na luta pela vitória entre Amaral e Curva, à entrada para a última volta era Amaral que detinha a escassa vantagem de 0.049s, a qual conseguiria segurar até à axadrezada. Duarte Amaral vencia assim à geral, a corrida 1 do Troféu TLC e Troféu Naked Bike do fim-de-semana, bem como seria o melhor sua classe (TNB1), João Curva foi segundo à geral, mas a garantir a volta mais rápida em corrida com 1.47:546s. Luís Franco subiria ao mais baixo do pódio a mais de 8s do vencedor. A fechar top 5, Rodrigo Amaral (classe Open) assinaria o 4º à geral e Luís Franco (TNB1), seria o 5º.
No que às restantes classes diz respeito, André Capitão (15º à geral), foi o primeiro nas SBK, tendo corrido sozinho. Entre os homens da TNB2 foi Romain Berton (8º à geral) a destacar-se.
MOTO4 + MirMOTO5
Cabá dominador garante vitória com mais de 1 minuto de vantagem
No pelotão das Moto4 e Moto 5, foi sem surpresa que o jovem Alexandre Cabá (Moto 4), agarrou a volta mais rápida à geral. Cabá levou a sua BEON 150 aos limites e na volta 10 marcou no cronómetro o tempo que lhe daria a pole para a tarde – 2:01.105s. Este registo além de garantir a posição cimeira da grelha também colocou o piloto como o melhor entre as Moto4.
O lugar intermédio da grelha, ficou para Lourenço Vicente, a mais de 8 segundos de Cabá, mas sendo, no entanto, o mais forte entre os pilotos das Moto5. Vicente alinharia com a Mir-Moto5 ao lado de Cabá para o confronto da tarde. A fechar o top 3 um homem do pelotão das Moto4, David Dias.
Segunda corrida da tarde de Sábado com os jovens pilotos das Moto4 e Moto5 a alinharem para 10 voltas ao traçado do Estoril. Corrida sem história com Alexandre Cabá (Moto4), a liderar de início a fim. Dominante e sempre a ampliar vantagem, o jovem piloto já detinha mais de 6 segundos de vantagem no final da primeira volta. Definido desde o arranque o vencedor a luta para os restantes lugares do pódio ficou a cargo do dueto Lourenço Vicente (Moto5), e David Dias (Moto4), que rodaram no mesmo segundo e com diferenças abaixo de meio-segundo. Na recepção à bandeira axadrezada, a vitória absoluta de Cabá foi assinada com uma vantagem superior a um minuto para os demais. Os 2º e 3º classificados foram David Dias e Lourenço Vicente respetivamente, com este último a ser o melhor entre as Moto5.
COPA DUNLOP MOTOVAL
Macuá vence na Copa Dunlop Motoval com larga vantagem
Realizadas as três superpoles e consolidados os tempos para os homens da Copa Dunlop Motoval, foi Bernardo Aguiar a “impôr a sua lei” com 1:46.457s sendo este o tempo mais rápido da sessão. Mas Aguiar que com este tempo garantiu também a primeira posição entre as CDM1, teve que “suar” para garantir a Pole para a corrida da tarde já que Ruben Macuá (CDM2), logrou a intermédia da grelha. Na 3ª posição para a partida Rafael Ribeiro.
Arranque da Copa Dunlop Motoval com Aguiar, Macuá e Ribeiro a discutir a curva 1 do Estoril. Vantagem para Macuá. Mas a volta dois ditou a ultrapassagem e ascensão a 1º de Ribeiro. Estava lançada a luta pela vitória que durou até à volta 5 das 10 a cumprir. Esse foi o momento de superação de Macuá que numa ultrapassagem perfeita assumiu a frente da corrida para adicionar segundos à sua vantagem. Por esta altura, a rodar tranquilo, Bernardo Aguiar (CDM1), estava a mais de 15s do líder, mas com vantagem superior a 5s para o seu perseguidor, Ricardo Rodrigues.
Na bandeirada final, Macuá venceu nesta tarde se sábado a 1º corrida do fim-de-semana da Copa Dunlop Motoval, (assim como a sua classe), com mais de 7s de vantagem para Rafael Ribeiro (2º entre as CDM2), Bernardo Aguiar fechou Top3 e garantiu como 3º à geral a sua subida ao pódio e a “vitória” na sua classe (CDM1).
SBK1000 e STK600
Ivo Lopes dá masterclass de SBK
Entre as “1000”, foi sem surpresa e com domínio absoluto que Ivo Lopes “passeou a seu belo prazer” no traçado do Estoril. Com 1:39.543s, o piloto da IL 75 BMW Motorrad Portugal não deu qualquer oportunidade aos demais e assegurou a pole à geral e foi o melhor entre as SBK. A secundar o homem da BMW, ficou Romeu Leite que com a sua R6 mais 3.488s do que Lopes para cumprir a sua melhor prestação no Estoril esta manhã. A fechar o Top 3 a Honda CBR1000 da RL Performance 58, de Ricardo Lopes a apenas 0.016 de Romeu Leite. Um breve destaque para a prestação de Pedro Fragoso (1:44.935s) a ser 6ª à geral e o melhor entre as STK600.
Como esperado, e depois de ter feito o tempo mais rápido, Ivo Lopes atacou o traçado do Estoril e, já na 2ª volta detinha já quase 5 segundos de vantagem sobre Romeu Leite, este que se batia com Ricardo Lopes pela 3º posição. A partir deste momento era apenas uma questão de saber qual seria o tempo ganho por Lopes no cruzar de meta. Mais de 15s. Ricardo Lopes e Miguel Romão, 2º e 3º à geral respetivamente.
SS300
Vitória muito difícil para Dinis Borges
Dinis Borges (Kawasaki 400), foi o mais forte na última sessão de cronometrados do programa competitivo de sábado. Com 1:54:.199, o piloto da Rame Moto Racing posicionou-se na pole da grelha das SS300, sem grande oposição por parte do restante pelotão, com Martim Jesus (Team Motoclube de Loulé), a 0.231s a ser segundo e Martim Garcia (Akkoil Racing Team), a 0.987s foram “os senhores que se seguem”.
Última corrida do dia com as Supersport 300 a entrar em cena. Contrariando os treinos cronometrados, e quando se esperava um Dinis Borges dominador, foi na verdade a melhor corrida da tarde no que a emoção e incerteza diz respeito. A luta foi acesa e entre os três ocupantes da primeira linha de grelha. Borges, Jesus e Lourenço.
Martim Garcia esteve sempre por perto e em posição de se misturar na luta pela vitória. No entanto via acumular nas voltas finais mais de 4s de desvantagem para os dois rivais o que lhe valeu o 3º lugar à geral nas SS300.
Já a vitória foi muito difícil para Dinis Borges dada a oposição de Martim Jesus desde o arranque. Sempre com andamentos muito rápidos e a discutir metro a metro a liderança, Borges venceu por uma margem mínima de 0.083s. Em grau de dificuldade, se estes escassos milésimos espelham o que se passou em pista, é necessário ainda relembrar que a volta mais rápida da corrida foi de Martim Jesus – 1:53.046s – precisamente a volta 14 de 15 que eram necessárias cumprir.
Com Martim Garcia em 3º à geral, e Dinis Borges a vencer, o intermédio do pódio ficou para Martim Jesus.