CNV 2020: Jornada quente e atribulada no Estoril

O Circuito do Estoril recebeu o final da primeira metade do CNV 2020.

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Sem deixar arrefecer o asfalto do Circuito do Estoril – que duas semanas antes recebeu a prova de arranque do FIM CEV – foi agora o campeonato nacional de velocidade que regressou ao tapete negro do recinto às portas de Cascais para discutir a terceira prova do ano, aquela que marcou o final da primeira metade da época.

Com dois vencedores distintos nas rondas anteriores, Miguel Oliveira e Ivo Lopes, era no entanto o mais regular Pedro Nuno quem estava no topo da tabela de pontos quando as boxes das equipas foram ‘montadas’ no dia anterior ao arranque, antevendo-se por isso um fim‑de‑semana semana e muito discutido dada a proximidade pontual entre o piloto do Porto Alto e o campeão em título, Ivo Lopes, tudo condimentado com as elevadas temperaturas esperadas e com o anunciado regresso de Rui Marto e Gonçalo Ferreira, dois pilotos que fizeram aqui a primeira participação no campeonato numa ronda onde se notou igualmente a ausência de Tiago Dias, a recuperar de uma pequena lesão contraída em treinos alguns dias antes da corrida.

Temperaturas elevadas dentro e fora da pista que se confirmaram logo nos treinos cronometrados quando Pedro Nuno se colocou na ‘pole’ na frente de Ivo Lopes e Tiago Magalhães. A corrida revelou mais uma vez 15 intensas voltas que acabaram com Pedro Nuno e Ivo Lopes ‘colados’ mas uma penalização por ter excedido os limites da pista ditou a descida de Lopes ao segundo posto cabendo a Pedro Nuno a estreia no degrau mais alto do pódio neste ano de 2020. Tiago Magalhães fechou o pódio a mais de meio minuto com André Pires e Tiago Cleto logo atrás.

A segunda corrida, realizada já no Domingo, revelou-se uma verdadeira fonte de interrupções com duas ‘saidas’ da bandeira vermelha a ditarem um final com apenas quatro voltas. Cronologicamente a primeira vitima da corrida foi Pedro Nuno, vitima de uma queda logo na fase inicial da mesma mas logo de seguida uma queda na saída da Parabólica envolver Tiago Cleto e Ricardo Lopes e forçou a direcção de corrida a interromper a mesma. No reatamento – e sem que Pedro conseguisse colocar a sua moto em pista apesar de todos os esforços por parte da equipa – os sobreviventes iniciaram 10 voltas que se desejavam ser decisivas, mas um motor partido ditou a que novamente a corrida fosse interrompida para que a pista fosse limpa. Tudo se decidiu com quatro voltas onde Ivo Lopes foi o vencedor na frente de Tiago Magalhães e André Pires, com Romeu Leite e André Silva a fecharem o lote dos cinco primeiros. Nas Superstock 600 Dan Trelles foi o vencedor depois de ter sido batido por Jaime Coelho no dia anterior.

Desta forma Ivo Lopes subiu ao comando do campeonato com 14 pontos de vantagem sobre Pedro Nuno, estando André Pires em terceiro mas muito ‘apertado’ por Tiago Magalhães e Romeu Leite, estes a apenas 3 pontos do piloto transmontano. Nas 600 Dani Trelles e Jaime Coelho dividem o comando da classificação geral, ambos com três vitórias.

Nas cada vez mais concorridas e discutidas Supersport 300 foi Pedro Fragoso quem registou o melhor tempo nos treinos cronometrados para sair na ‘pole’ para 14 voltas que se revelaram igualmente bastante ‘mexidas’. No meio de uma razia que dizimou metade do pelotão, Fragoso fez parte da lista de seis abandonos e foi mesmo Dinis Borges quem venceu na frente de Tomás Alonso e Vasco Esturrado. Miguel Santiago foi o quarto e na quinta posição recebeu a bandeira de xadrêz Rafael Damásio, a fazer a sua estreia nas 300. Nas Pré-Moto3 Gonçalo Ribeiro foi o primeiro na frente de Bruno Salreta. Tomás Alonso fecha a primeira metade do ano na liderança do campeonato com cinco pontos de vantagem sobre Dinis Borges e 16 para Pedro Fragoso, aquele que mais perdeu com o abandono neste regresso ao Estoril. Gonçalo Ribeiro passou para o comando das Pré-Moto3, agora com quatro pontos de vantagem sobre Ivan Hernandez.

Com Afonso Almeida de novo na ‘pole’ foi mesmo o líder invicto do campeonato quem venceu entre as Moto4, o mesmo fazendo Martim Marco nas Moto5, este também invicto no campeonato até ao momento. Ambos são de forma lógica os comandantes das classificações nas respectivas classes. Vencedores ainda, no pelotão dos sempre animados troféus João Curva na corrida 1 do Troféu ENI – Taça Luis Carreira nas Open, Pedro Dias nas SBK e André Capitão nas SS. Paulo Vicente venceu nas Tuono Cup e Miguel Vilares na ZCup. Na segunda corrida do programa para as categorias João Curva voltou a repetir a dose e venceu nas Open, o mesmo replicando Pedro Silva nas SBK. Fernando Soares foi o melhor nas SS, com Miguel Vilares a levar a sua Aprilia Tuono ao primeiro lugar no troféu reservado às motos italianas e Ricardo Pires nas ZCup. Na Copa Dunlop Motoval foi Victor Barros quem cruzou a linha de meta em primeiro na classe 1 e André Gonçalves na classe 2 na contabilidade do primeiro dia. No dia seguinte voltaram a ser os primeiros no final das dez voltas que realizaram.

A próxima ronda do campeonato realiza-se nos dias 15 e 16 de Agosto no Autódromo Internacional do Algarve, naquela que será a segunda e última visita da caravana que desta vez contou com nove dezenas de pilotos em pista.

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